Da Esquerda Católica À Esquerda Revolucionária: A Ação Popular Na História Do Catolicismo Revista Brasileira De História Das Religiões

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Da Esquerda Católica À Esquerda Revolucionária: A Ação Popular Na História Do Catolicismo Revista Brasileira De História Das Religiões

Tanto que ficaram conhecidos como marranos (“porcos”, em espanhol) ou anussim (“forçados”, em hebraico). “Para muitos, a saída foi praticar o judaísmo secretamente, correndo risco de vida”, diz o escritor americano-português Richard Zimler, autor de vários livros sobre o tema. Outros botaram o pé no mundo e se fixaram em todo o arco mediterrâneo, sul da França, Holanda, Inglaterra e norte da Alemanha.

Aqueles em situação de servirem nas tropas seriam enviados para Santa Catarina, e lá engajados. Os que ensinavam exercícios militares seriam degredados por cinco anos em Angola, e Silvestre José dos Santos a degredo perpétuo, também em Angola. Admitidas na Irmandade, essas pessoas podiam subir de posição, recebendo quatro fitas coloridas, cada uma delas com um significado específico; verde, significando esperança em um mundo melhor e na salvação; vermelho, o sangue derramado na guerra aos infiéis; azul, paz, e negro, luto pelos mortos na Guerra Santa. Silvestre José dos Santos, tido por uns como homem santo, e por outros como embusteiro, erigira na base da Serra um grande mocambo, que era utilizado como capela, onde ele guardava, dentro de uma caixa de madeira, uma pequena imagem de Nossa Senhora, além de outra de Nosso Senhor Jesus Cristo e alguns santos. Cobrava duas patacas (640 réis) dos solteiros, e quatro dos casais, para que estes pudessem receber os respectivos documentos de entrada na Irmandade. Da população rural nordestina, através da religião como  esteio dessa união.



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Uma decisão que marcou na escolha de uma solução “de dentro”, definindo a autonomia eclesiástica brasileira em relação à Cúria Romana, por optar, exponencialmente, pela arregimentação política dos católicos do país. Apesar de Perón ser militar de carreira, a militarização do catolicismo, com a consequente simbiose entre a igreja romana e as forças armadas, manifestou-se com maior intensidade na ditadura dos anos setenta.  versículo do dia da bíblia  faz questão de denunciar o regime instaurado após o golpe de 1976 como um terrorismo de Estado com fundamento cívico-religioso-militar (p. 168). Verdade que o quinto capítulo busca demonstrar um período mais duradouro, que perpassa todos os golpes militares, e este provém do catolicismo de matiz integral propalado pelos militantes católicos. Tal herança nunca fora unívoca, é bom ressaltar, e o movimento antiperonista nutriu-se igualmente do imaginário cristão-militarizado para excomungar e expulsar Perón da Argentina.

  • Para Enrique Dussel, os períodos históricos podem ser considerados como momentos internos das épocas, cujos limites seriam marcados pelas mudanças dos blocos históricos de poder.
  • Nesses primeiros 300 anos, o catolicismo ganhou um grande número de mártires, ou seja, pessoas que preferiram morrer a negar a sua religião e a crença em seu Deus.
  • Não era fácil professar a fé na clandestinidade, principalmente na ausência de rabinos e de ensino religioso.
  • A Rede de Pesquisa Interinstitucional e Internacional História e Catolicismo no Mundo Contemporâneo foi formada em 2015, após debates prévios iniciados entre seus fundadores, os historiadores Cândido Rodrigues, Gizele Zanotto, Renato Amado Peixoto e Rodrigo Coppe Caldeira.
  • Os que ficaram se converteram, mas um grande número continuou a viver secretamente de acordo com a tradição judaica.


Em tempo, a Igreja tinha conhecimento da instabilidade política em dado momento, em razão das frágeis conquistas políticas, ao tempo que crescia o descontentamento de setores militares gerando insatisfações e insegurança com relação ao ambiente político e religioso no Brasil. Aquela que é propriamente dita, a  Ação Católica, cujo objetivo é a instrução religiosa e social dos operários reunidos em sociedade, não existe na Bahia e não se sente a necessidade. Para isso, o novo governo assumia posturas públicas que evidenciavam a crença de que o Estado detinha a capacidade de gerar os instrumentos legais colocando o Brasil no caminho do progresso, tendo como base a ciência e o racionalismo. Com o fim das relações oficiais entre a Igreja Católica e o Estado e a derrubada da monarquia, parecia ter sido removido os últimos obstáculos que impediam o progresso nacional (MANUEL, 1997, p. 71)37. Seria uma consolidação da política ultramontana, abandonando “a atitude isolacionista assumida por Pio IX” diante do mundo moderno, e iniciando uma “[...] constante vigilância sobre todas as esferas da sociedade (MANOEL, 1992, p. 24)”31.

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Como sendo a ação da Confederação Católica uma questão de organização quase intuitiva, pois, ao contrário disso, a sua interpretação, dada a  documentação da Secretaria de Estado, indicou que tudo estava perfeitamente alinhado às diretrizes da Santa Sé, presente em suas orientações. Uma intensificação justificada de cuidados religiosos intensivos e extensivos pela Santa Sé, tamanha a importância do trabalho da Igreja no Brasil, em vista das regiões com muitos imigrantes e poucos sacerdotes, prejudicadas pelas longas distâncias.  Em tempos, o “protestantismo norte-americano” também se desenvolvia “[...] explorando a ignorância de certas camadas baixas do povo, alguns prosélitos sem convicção, , quase sempre, continuando a frequentar o culto catholico”44. Noutras palavras, a Santa Sé orientava os prelados a atuarem segundo suas próprias condições e a Secretaria de Estado acompanhava por meio do Núncio a execução das diretrizes do Vaticano, corrigindo os eventuais desvios que colocassem em risco a unidade internacional da Igreja Romana.


  • Esta característica se acentuou em Espanha e Portugal a partir do século XVI, quando os reis quiseram unificar as populações dos seus territórios, combatendo judeus e muçulmanos.
  • Ou seja, rege o relatório acerca da Ação Católica na Bahia, informando que as poucas associações civis de operários, sem assistência eclesiástica, procuravam sua base nos princípios religiosos, pois, pelo baixo número de operários, não se acreditava que fosse necessário investir naquela Província naquele momento.
  • Consequentemente, seja por qual periodização se opte , certamente não podemos entender as raízes e as profundas mudanças pelas quais passou o Cristianismo na América Latina e, especificamente no Brasil, se não considerarmos alguns fatores fundamentais, que por si mesmos já indicam um esboço de periodização.
  • Maior país católico do mundo, o Brasil ganhou 30 novos santos na manhã deste domingo .
  • Ou seja, tinha uma intenção mais ampla, um projeto maior pretendendo que a religião católica intentasse a alma do Estado, uma ligação entre a religião e o poder político assumindo um caráter colaborativo finalizando o bem comum.